Gosto de pensar na constância do lançar – Uma reflexão sobre I Pedro 5

Gosto de pensar na constância do lançar – Uma reflexão sobre I Pedro 5

Gosto de pensar na constância do lançar. Há algum tempo venho refletindo sobre um trecho de I Pedro 5 que diz: “ Deus humilha os soberbos, mas dá graça aos humildes. Por isso, humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus para que ele em tempo oportuno vos exalte, lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, pois ele tem cuidado de vós”.
Se observarmos o versículo anterior, o mesmo fala sobre o se humilhar debaixo da poderosa mão de Deus para que Ele, em tempo oportuno nos exalte e logo em seguida diz o versículo que venho refletindo mais apuradamente.
Gosto de pensar que o fato de lançar sobre ele as ansiedades é uma conseqüência de nosso caráter de humilhação diante dele. Humilhar-se quer dizer submeter-se a; reconhecer que o outro é superior a nós mesmos se quisermos ser bem paulinos. Uma vez que nos humilhamos é porque reconhecemos que ele é maior do que nós e está acima de nós e pode mais do que nós podemos.
Como devemos nos humilhar? Lançando sobre ele todas as vossas ansiedades. Não que essa seja a única forma de fazê-lo, mas o fazê-lo é um ato de humildade.
Um outro aspecto que gosto de observar no texto é a respeito da constância do ato do lançar a ansiedade. Há algumas versões que tratam esse versículo como um imperativo, eu porém, prefiro as versões que o tratam enquanto processo contínuo. Na versão utilizada, o ato de lançar não se acaba depois da primeira vez que se lança a ansiedade. Temos o gerúndio lançando, ou seja, presente contínuo. Não é um ato que é feito somente uma vez. 
Jesus também deu alguns exemplos de processos que não deveriam ser feitos somente uma vez . Como exemplo, lembro-me da fala de Jesus para que vigiemos, pois não sabemos a que hora chegará o dono da casa. 
A vigília é colocada como um processo contínuo. Não basta vigiar somente na primeira hora, antes, deve-se vigiar em todo tempo. Aquele que perseverar até o fim será salvo também é outro texto que nos remete à constância no andar. 
Seguindo nessa mesma linha, de acordo com o texto, esse ato do lançar as ansiedades também deve ser constante. Isso não quer dizer que todo dia estejamos ansiosos, mas nos fala que caso tenhamos alguma ansiedade, devemos lançar sobre ele.
Mas por que lançar? Porque ele tem cuidado de nós. O reconhecimento do cuidado da parte de Deus é que nos conforta em saber que podemos lançar sobre ele as ansiedades bem como deveria nos motivar a lançá-las em resposta à nossa sujeição a ele. O cuidado de Deus para com seus filhos é algo que permeia toda a bíblia e é interessante ser ele um dos motivos para lançarmos sobre ele as ansiedades.
Gosto de pensar nos três versículos como sequência do pensamento de Pedro bem como um ciclo no relacionamento com o Pai. Ou seja, primeiro ele diz: Estamos diante de um Deus que resiste aos soberbos mas concede graça aos humildes. Por esse motivo, humilhem-se diante de Deus para que ele em tempo oportuno vos exalte. (E aqui cabe uma reflexão sobre o porquê nos humilhamos. Se nos humilhamos simplesmente para sermos exaltados, devemos rever nossas motivações. Como já falei muito sobre isso aqui no blog, acho desnecessário fazer nova digressão). Mas humilhem-se diante dele lançando todas as vossas ansiedades sabendo que ele tem cuidado de vós. Finalmente, esse reconhecimento do cuidado divino nos remete novamente a nos humilharmos diante dele em reconhecimento à sua soberania.
 E mais uma vez percebemos um Deus preocupado em ensinar-nos sobre o que devemos fazer, como devemos fazer e porque devemos fazer aquilo que fazemos.
Pensemos e lancemos…
Fabrício Veliq
17.11.2010 – 17:06

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