Where you lead us, we will follow

Where you lead us, we will follow

Hoje estava ouvindo o novo cd do Jars of Clay e uma música me fez refletir. A música dizia em seu refrão: “Where you lead us, we will follow”
Comecei a pensar as implicações dessa frase, bem como as motivações que levam aqueles que professam a fé cristã a trilhar isso.
Penso que nessa afirmação temos duas implicações diretas: em primeiro lugar, a consciência de que há um líder a quem seguir. Essa ideia do líder me faz pensar em algumas questões: há os querem ser líderes e não o são, os que não querem e são, os que querem e são, os que se fazem líderes e os que os outros os fazem líder. Para o trecho em questão, prefiro falar sobre aqueles a quem as pessoas fazem líder.
Jesus era um líder a priori se considerarmos sua essência, pois se alguém vem da parte de Deus que é líder, automaticamente sua posição de líder já estava garantida se olharmos por esse prisma. Se caso não nos agradar olhar por esse lado, percebemos que ele mesmo, sempre se viu como líder. Algumas passagens mostram isso claramente tal como: vem e segue-me que ele disse a praticamente todos os apóstolos, o evento na sinagoga em que lê o texto de Isaías 61 também é bastante revelador dessa consciência que o mesmo tinha sobre sua liderança entre os povos.
Mas independente disso, percebemos que Jesus foi feito líder pelo povo (o evento de querer coroá-lo rei de Israel manifesta bem essa afirmação). O povo, ao ver os milagres, ao ver o ensino com autoridade, nesse afã das massas, o fazem um líder entre o povo da época. Como líder, era ouvido, era obedecido pelos seus discípulos e pelas multidões que andavam com ele.
Em segundo lugar, a escolha que fazemos em basear nossa confiança naquele a quem escolhemos seguir. Penso que a liderança implica nos liderados uma certa confiança, uma certa esperança de que aquele líder os está conduzindo ao melhor caminho possível e penso que o “we will follow” denota essa inteira confiança que se tem naquele a quem nós o constituímos líder sobre nós, ou seja, é nele em quem temos os olhos fitos na esperança de que vale a pena seguir o que nos diz, a fazer o que nos pede, a carregar a bandeira de sua causa.
No caso cristão, essa confiança nesse líder Jesus que surge na palestina, vem permeado de um fator crucial, que vem a ser a fé de que esse Jesus histórico, líder na palestina, é Deus encarnado para a reconciliação do homem com Ele.
Essa fé não exclui a dúvida, como muitos podem pensar e como muitos trazem em seus discursos. A dúvida é um movimento importantíssimo para a fé. Umanumo já dizia que “a fé que não duvida é uma fé morta”. O evento de João Batista perguntando a Jesus se ele era o Cristo mesmo nos conduz a essa reflexão da dúvida enquanto necessária para o desenvolvimento de uma fé mais sólida.
No entanto, no caso cristão, é essa fé que nos motiva a falar em relação a Jesus “where you lead us, we will follow”. Essa entrega a um líder, porém, não deve uma entrega cega e deve ser baseada na liberdade.
O discurso de Jesus sempre foi um discurso de liberdade e o próprio cristianismo é baseado na liberdade, tendo a mesma como um dos seus pilares.
A música trata sobre esse prisma: não há ordem de que tenho que seguir, antes nós escolhemos dizer que “where you lead us, we will follow”, nisso revelando toda essa liberdade que deve haver na escolha de seguir a um líder como Jesus.
A escolha de seguir ao líder não deve ser por imposição, antes por o querer conhecer e nesse conhecer querer estar mais parecido com ele. Penso que é no desenvolver desse relacionamento que surge essa entrega e a frase surge como consequência natural. De dentro para fora dizemos:
“where you lead us, we will follow”

Fabrício Veliq
28.10.11 – 14:35

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