Sobre Romanos 10:9

Sobre Romanos 10:9

Se com tua boca confessares e no coração creres que Jesus é o Senhor tem implicações muito maiores e condicionantes bem mais profunda do que uma simples confissão pública dizendo: Jesus eu te aceito como senhor e salvador, entra na minha vida e muda o meu coração.
Já ouvi diversas vezes e, anteriormente, eu mesmo pensava dessa forma: que para ser salvo era preciso uma confissão de boca reconhecendo que era um pecador e que aceitava o sacrifício de Jesus por mim.
Hoje penso diferente.
Jesus condenou os fariseus e doutores da lei justamente por isso: eles confessavam com a boca, mas seus corações estavam longe de Deus, ou seja, havia uma não coerência entre fala e ação, o que caracteriza a hipocrisia.
Dessa forma, penso que o confessar com a boca só fará sentido se a vida também refletir aquilo que o coração creu. Do contrário, não passamos de hipócritas que confessam com a boca e as ações não condizem em nada com isso.
Já vi diversas vezes as confissões das massas de que Jesus é o senhor, e então vem alguém e fala: “se você fez essa oração pela primeira vez, venha aqui na frente”, e uma vez feito isso, diz que a pessoa se converteu a Cristo e então passará a seguir o caminho da verdade.
Dessa atitude, podemos presumir que somente quando se fala é que a salvação é efetivada. Sinceramente, acho muito complicado e muito difícil assumir isso dentro de um contexto do evangelho pregado por Jesus. Os que foram salvos por Ele, em nenhum momento confessaram diante dos apóstolos ou diante de Jesus, ou diante de qualquer outra pessoa, antes o discurso era simples, como o é todo o evangelho: “sua fé te salvou, vá e não peques mais”. Condicionar a salvação a uma mera fala que muitas vezes não condiz com a prática diária é simplesmente legitimar aquilo que Jesus mais condenou na doutrina e práticas da época que era um viver hipócrita onde a prática era diferente da fala.
Confessar com a boca só faz sentido se o coração creu, e se o coração creu, a ação se tornará efetiva no mundo, muitas vezes sem fala, silenciosamente, trabalhando em prol do reino ajudando a transformar vidas.
A oração será em silêncio, as palavras que antes eram condenatórias, se transformaram em palavras de conforto, de confronto contra o sistema mundano e por aí vai.
Percebo muitas vezes essa atitude naqueles que nunca confessaram com a boca e, no entanto, confessam o evangelho de Jesus e assim, o próprio Jesus, em suas atitudes, motivações e ações no mundo. Penso que quando Jesus fala que “aquele que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante do Pai” tem muito mais a ver com o viver do que com o discurso, até mesmo porque o primeiro torna o segundo palpável enquanto o segundo sem o primeiro legitima a hipocrisia.
Devemos pensar como temos confessado que Jesus é o senhor, será através de dogmas, será através de discursos prontos, será através de nossas ações? Uma vez respondido isso, talvez cheguemos a conclusão de que talvez nem tenhamos crido, somente temos falado sobre, o que, sem dúvida, é algo muito diferente.
Reflitamos
Fabrício Veliq
01.09.11 – 07:56

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