Sobre Romanos 8:18

Sobre Romanos 8:18

Uma pequena reflexão que escrevi em janeiro que reli hoje e gostei. Fiz umas pequenas modificações mas o escopo continuou o mesmo do da época escrito. Compartilho então
Romanos 8:18
Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.
Penso que esse versículo nos traz duas questões muito interessantes. A primeira, a constatação por parte de Paulo daquilo falado por Jesus em João 16:33: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”
Observando a fala de Jesus, percebo que há 3 tipos de pessoas: as que consideram que ter aflições é viver constantemente mal, sofrendo, onde o sofrimento é sinal da modelagem do Espírito em nossas vidas, aquelas que acham que se as aflições são pesadas demais, então é fruto de pecado e necessitam consertar alguma coisa em sua conduta e ainda os que acreditam que se estão com Jesus, então não podem ter aflições visto Ele ser o príncipe da paz.
No entanto, penso que é importante percebermos que a aflição colocada por Jesus trata com respeito aos parâmetros do mundo ao bater contra os parâmetros do reino. 
Ao falar com os discípulos, Jesus disse que o mundo os odiaria por causa Dele. Ou seja, no mundo tereis aflições ao observar injustiças como fome, miséria, abuso de poder em prol dos mais favorecidos e assim seremos afligidos por elas; no mundo tereis aflições ao tentar mostrar o reino e perceber que aqueles que deveriam facilitar a entrada, forçam a saída e n outros exemplos que podemos buscar na vida cotidiana. 
O reino de Deus sempre foi mostrado como aquele que vai contra os parâmetros mundanos que são maus e por esse motivo que sofreremos aflições.
Paulo também sofria por isso. Sofria tanto no corpo devido à época quanto pela consciência que tinha do reino de Deus. 
Cabe a nós pensarmos se temos nos afligidos pelas situações que vão contra os parâmetros do reino nos nossos dias ou se como diz em outro texto, nos conformamos esse sistema e não mais nos incomodamos com ele.
Fora as aflições físicas por causa do amor a Cristo que são percebidas principalmente nos países em que pregar Cristo não é permitido, há ainda as aflições da alma e essas independem do local em que estamos. Essas perguntas que nos atormentam e nos deixam para baixo. Essas aflições também são contempladas pelo Pai que nos ama e está disposto a nos ajudar. 
As aflições da alma nos fazem refletir sobre sob qual perspectiva encaramos a Deus e seu reino. Penso sempre que sob a perspectiva que temos de Deus, assim encaramos nossas aflições.
A segunda é que no restante do versículo, Paulo nos atenta ao fato que essas aflições não se podem comparar com glória a vir ser revelada em nós. Paulo fala da redenção na volta de Cristo nos confortando e afirmando que dias de plenitude e sem aflições chegarão a nós. (Gosto de pensar que isso também não quer dizer que para se viver bem com Cristo tem que se viver em um perrengue sempre na Terra. Penso que não é essa a proposta do Pai. Como disse acima, penso que essas aflições são em decorrência dos valores do Reino que contrapoem os valores mundanos).
Enquanto isso, devemos ser os representantes dessa “glória a ser revelada em nós”, mostrando pequenos fragmentos daquilo que vivemos em Jesus sempre ajudados e amparados por Ele, afinal o Reino de Deus deve ser vivido no mundo.
Penso que nossa perspectiva do Pai deve ser a perspectiva que Jesus tinha do Pai: um pai que nos ama e se importa com tudo o que sofremos.
Que tenhamos a consciência do que nos aflige enquanto participantes do reino e assim proclamemos relances da glória a ser revelada revelando o reino de Deus ao mundo mostrando, como diz Ariovaldo Ramos que “em Jesus temos Deus como é, e o ser humano como deveria ser”. 
Perguntemos a nós mesmos o que nos aflige sabendo que as aflições do tempo presente não se podem comparar com a glória a ser revelada em nós. 
A pergunta é importante, a resposta crucial para o modo como encararemos a vida e o reino de Deus.
Analisemos…

Fabrício Veliq
26.01.11

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *