Gosto de pensar sobre o tempo

Gosto de pensar sobre o tempo

Gosto de pensar sobre o tempo na perspectiva do evangelho. Conversava certo dia com uma amiga e ela colocava justamente a questão do tempo de Deus para nossas vidas. Como de certo tempo pra cá, sempre me pego pensando sobre o que seria esse tempo de Deus, resolvi escrever algumas coisas sobre isso.
Na perspectiva do evangelho, Deus é atemporal, ou seja, está além do tempo. Não existe tempo para Deus uma vez que Ele sempre foi, é e o será para sempre.
Mas então, como podemos colocar a questão do tempo de Deus? Como um ser atemporal pode ter tempo de fazer as coisas?
Penso que só faz sentido falarmos em tempo de Deus na perspectiva humana. Assim sendo, o que encaramos como sendo tempo de Deus é na verdade uma medida do nosso próprio tempo.
O Eclesiastes diz: “há tempo determinado para todo propósito debaixo do sol”. Se pensarmos que foi Deus quem determinou esse tempo, só podemos pensar que Deus olhou para nós como um pequeno intervalo e nesse intervalo indicou cada ponto singular (como exemplo de pontos singulares posso citar o passar na faculdade, o casar, o comprar um carro, etc) em que viveríamos. Ao chegarmos nesses pontos, na nossa perspectiva, chamaríamos isso de o tempo de Deus.
Se todavia pensarmos que não há o tempo de Deus, uma vez que, sendo Ele atemporal, não pode estar limitado ao tempo na perspectiva Dele mesmo, determinaríamos nosso próprio tempo bem como o tempo de nossos atos. Dessa forma, o passar na faculdade não aconteceu antes, pois não estudamos o suficiente para passarmos naquele ano, o casar aconteceu naquela data, pois ambos escolheram que seria a melhor data e assim por diante)
Não digo com isso, que Deus não estaria presente nessas decisões. A sabedoria, a inteligência que vem de Deus para tomar as decisões e saber a hora de as tomar seriam presentes se andássemos com Ele. Simplesmente não chamaríamos isso de “tempo de Deus”, antes como o “tempo que escolhemos para realizar algo que acreditamos que agradará a Deus naquele momento”.
Pensar na primeira perspectiva nos traz segurança uma vez que sabemos que todas as coisas ocorrem no tempo que Deus quer que ocorram. Dessa forma, basta o seguirmos, que no tempo Dele (aquele determinado no intervalo de nossa perspectiva que disse acima), os fatos se realizarão para sua glória.
A segunda perspectiva nos impulsiona aos saltos de fé uma vez que pensaremos da seguinte forma: Eu creio que essa decisão agradará a Deus nesse momento. E por acreditar que assim o é, estou disposto a tomar essa decisão nesse tempo”
Penso que na primeira perspectiva, somos como meninos que sempre perguntam ao pai a hora de comer, de vestir, de dormir, de ver televisão e na segunda, somos como os filhos adultos, aqueles que aprenderam com o pai a melhor forma de fazer as coisas e o porquê de fazê-las.
Penso nessas duas perspectivas. Pode haver outras que não abordei por aqui e a intenção também não é esgotar esse assunto tão vasto em tão poucas linhas.
E assim, penso que o que nos resta é definir qual a perspectiva pela qual veremos o que nos ocorre no tempo em que vivemos

Fabrício Veliq
10.03.10 – 07:20

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