Vendo-me através dos seus olhos castanhos…

Vendo-me através dos seus olhos castanhos…

Vendo-me através dos seus olhos castanhos
pude perceber quem realmente sou
perceber-me como uma função constante
ou simplesmente como um e elevado a -x

Vendo-me através dos seus olhos castanhos
pude entender que verdades que não são ditas em amor
não libertam, antes oprimem

Pude perceber que muitas vezes as filosofias ajudam
mas que na maioria das vezes o que se busca não são reflexões
mas pessoas que sofrem e entendem o que se passa

Vendo-me através dos seus olhos castanhos
pude perceber que o interessante é o não se mostrar demais
bem como não se esconder demais
antes trabalhar com a mediania.

Vendo-me através dos seus olhos castanhos
pude perceber que não sou aquilo que supunha ser
pude perceber que sinceridade sem amor é prejudicial,
é opressor.

Pude perceber que para ser achado é necessário se esconder
como quando brincamos com bebês de sumir e aparecer
Nesse movimento que está a beleza, nesse movimento
é que se aparece o envolver

Vendo-me através dos seus olhos castanhos
percebi o quanto tenho que melhorar
Percebi o quanto ainda preciso entender
o quanto que eu preciso sentir do outro

Pude perceber que o tocar é importante
e que olhar é essencial

Ouvindo-te através do seu olhar,
pude perceber que para falar certas coisas
é necessário ser perguntado
e que muitas vezes a verdade não deve ser dita

Ouvindo-te através do seu olhar
pude perceber que para falar, muitas vezes
o olhar já é o pedido.

Vendo-te com os meus olhos,
pude perceber o que é firmeza
Pude perceber que verdades podem ser faladas de outras formas
Podem ser compartilhadas de outros modos

Pude perceber que o tempo é pessoal
e que cada um possui o seu
que a fala no tempo certo é reveladora
daquilo que, pedido não é mostrado

E você, vendo através dos meus olhos
pôde perceber o quão imperfeito sou
o quanto preciso melhorar
o quanto preciso entender

O bom da consciência da imperfeição é o leque de possibilidades que a mesma abre para as mudanças de posturas

Enfim (essa palavra não podia faltar)

Buscarei não falar sem ser perguntado
Buscarei a verdade em amor
Buscarei a fala singela e o olhar expressivo

Buscarei o me esconder mostrando
e o mostrar se escondendo

Quem sabe assim não me torno uma pessoa melhor
e da próxima vez, que me vir através dos seus olhos
goste do que vir…

Hoje não gosto do que vejo

Me dirás que estou Shakespeareano
Porém não são as intenções das linhas
Tentativas de expor a alma, embora com palavras
seja impossível.

E ao me mostrar escondo e
ao me esconder me mostro

Talvez sejas a única a entender a motivação desses versos
e a compreender a profundidade dessas linhas
Espero que perceba o escondido e diga o que tenho aprendido…

Fabrício Veliq
22.10.09 07:38

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